Instituto Maria da Penha
Adesivos colados em vitrines ajudaram a transformar comportamentos após uma pesquisa revelar opiniões ultrajantes.
Uma pesquisa do IPEA revelou que 65% dos brasileiros concordam que o jeito da mulher se vestir justifica o estupro. O número gerou revolta nas redes sociais, inclusive com declarações da presidente da república. Após a polêmica, o índice foi corrigido para 26%. Ainda um grande absurdo, 50 milhões de pessoas pensando de forma inaceitável. Uma realidade alarmante que, para o Instituto Maria da Penha, exigia uma resposta.
Aproveitamos a atração que promoções exercem nas pessoas para realizar uma ação de guerrilha na principal rua de moda do país, usando como mídia o espaço onde justamente as mulheres escolhem suas roupas: as vitrines de lojas. Criamos adesivos que pareciam descontos, mas que, vistos de perto, eram um convite para manifestar repúdio contra essa violência.
A ação ganhou destaque nos principais telejornais, sites e canais de comunicação. Com o PR gerado e a manifestação do público, inspiramos centenas de lojistas a aderirem à causa, baixando o adesivo disponível no site da campanha e, assim, espalhando a ação pelo Brasil. A repercussão chegou ao maior evento de moda brasileiro, o Fashion Week, em que top models internacionais aderiram à campanha espontaneamente, utilizando adesivos semelhantes aos das lojas em suas roupas - quase R$ 2 milhões economizados em cachê. Com um custo de R$ 2,5 mil de produção em adesivos, conseguimos exposição gratuita em mídia equivalente a R$ 3 milhões, fazendo com que quase 10 milhões de pessoas refletissem sobre esse absurdo por meio dos veículos de comunicação. Além de outras milhares impactadas diariamente nas ruas das lojas.